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Carta suicida

Quando nos tornamos escravos do próprio desespero.
Quando dói tanto lá dentro que fica insuportável. 
Quando punir a si próprio parece ser a única saída.
Quando há um quê de escuridão em tudo. 

Só uma coisa a fazer. 
Tentar arrancar a dor do peito a socos e pontapés, num autoflagelo. 
Um suplício planejado e passional. 
Que domina, que perde o controle, que suicida-se pouco a pouco. 

Onde fica o amor nessa hora.
Sufocado. 
Sugado pela areia movediça das frustrações.

A dor anestesia, mas não resolve. 
Não cura a dor lá de dentro. 
Não há o que fazer. 
E atentar contra a própria vida não sacia
o desejo de não sofrer. 

Ainda não há o que fazer. 
Já é difícil pensar sobre isso. 
Escrever… Reconhecer…
Me olhe, me veja, me entenda… 

Sou egoísta, quero colo. Quero tudo. 
Só quero e nada dou. 
Sou orgulhoso. Quero tudo. 
E não sei pedir. Sou louco. 
Não sei como me libertar. 
Me despedaço… Me despeço…

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