Pular para o conteúdo principal

Descobertas da vida 2


– Vó, faz pipoca?

Bruno adorava comer petiscos na casa da avó. Principalmente, pipoca. Tão rápido de fazer. Ele já sabia que em dois minutos e meio no micro-ondas e o pacote estava no ponto.

– Faço, sim, querido. Mas hoje venha me ajudar – respondeu a avó.

Ao chegar na cozinha, o menino se depara com um saquinho de plástico cheio de sementes de milho.

– Vó, vamos fazer tudo isso? Acho que esse saco derrete no micro, Vó.

– Hoje vamos cozinhar à moda antiga, meu querido.

Sem entender nada, admirou-se de ver a avó colocar óleo numa panela e adicionar uma xícara de grãos. Logo, o som dos primeiros estouros do milho saltando na tampa chamaram a atenção do menino.

Quando os estouros começaram a soar abafados, a avó abriu a tampa. Para Bruno era um universo branco e cheiroso a ondular com os últimos grãos a pular.

– Vó, eu não fazia ideia de que a cozinha dos antigos era assim tão linda.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Entrevista: A arte de ouvir e contar histórias

Entrevistar é uma delícia. Uma das coisas mais gostosas na profissão de jornalista é poder entrevistar.  Estou falando aqui das grandes reportagens (que não precisam ser imensas na extensão), não do feijão com arroz do dia a dia da redação - aliás miojo do dia a dia seria um termo mais preciso.  Começar um bate-papo com um estranho e aos poucos vê-lo se abrir para você é ao maravilhoso. Vê-lo contar sua experiência de vida, se emocionar com lembranças.  É um momento de confiança total, de entrega total. Daí a responsabilidade do jornalista e o respeito que deve ao entrevistado, à fonte.  O resultado da entrevista é a publicação das impressões do jornalista misturadas às informações do entrevistado. E quanto mais você se encanta pela história, melhor o resultado final.  Você publica um texto lindo e apaixonado. E seu entrevistado se vê naquelas páginas como nunca se viu. E se orgulha. E fica feliz.

Na velocidade da Inveja

"Era uma vez uma lebre e uma tartaruga. Um dia elas apostaram uma corrida.  Enquanto a lebre disparava na frente para garantir a vantagem, a tartaruga seguia em seu ritmo, devagar, mas constante.  A lebre, segura da vitória e a poucos passos da linha de chegada resolveu tirar uma soneca enquanto a esperava para humilhar sua rival. A sesta da lebre durou tempo demais e a tartaruga ultrapassou a linha de chegada em primeiro lugar e com vantagem. " Não entendeu o que essa história tem a ver com inveja ? Então, tente se colocar no lugar da lebre.

Como começar a escrever

Ouço muito algumas frases do tipo: ‘nossa queria saber escrever assim”. Ou “De onde você tira essas ideias?’ Ou, “tenho vontade de começar a escrever, mas não sei como começar ou o que dizer.” Na minha vivência como jornalista e como redatora publicitária já fui abordada  diversas vezes por pessoas com esses questionamentos sobre como começar a escrever. Eu poderia responder de duas maneiras. Uma bem simples, curta e objetiva. E outra mais detalhada. A primeira resposta seria: apenas comece. É bem clichê, mas anotar a essência de uma ideia em algum lugar, mesmo que seja o bloco de notas do celular, pode ajudar a desenvolve-la mais tarde. Sabe aqueles discursos mentais que você faz para você mesmo no chuveiro ou no trânsito? Ou aquela ideia que aparece “do nada” quando você está lavando a louça ou faz uma pausa para o cafezinho? Quem trabalha ou trabalhou em agência sabe que o volume de jobs é grande e a variedade de segmentos também. Entre um cliente e outro eu sempr...