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Tic tac


O despertador não espera. Nunca pode dar cinco minutos a mais. Não silencia. Aliás, há um jeito de ele calar a matraca. No tapa. E assim, todas as manhãs, o velho relógio de corda desperta seu dono. O ingrato faz o pobre diabo voar longe. Até que ele bate na parede se espatifa no chão.

Como se ele tivesse culpa das noites de insônia ou de bebedeira. Como se fosse ele a dormir tarde. Ora essa, é seu trabalho afinal. Mas deixe estar, ele é forte. Uma relíquia de família que pertencera à vó do infeliz e que partir de amanhã irá fazer greve.

E assim, desligou seus mecanismos e caiu em profundo sono, dando uma merecida lição a seu dono.

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