Quando chegou em casa no fim daquele dia chuvoso, Cristóvão só queria saber de um banho quente e de uma taça de vinho. Podia sentir o aroma do seu Cabernet Sauvignon favorito e o cheiro de amaciante em seu edredom recém-lavado.
Agora sim, completamente relaxado, envolvido por seu acolhedor ambiente doméstico, começou a refletir sobre o dia que tivera e lamentava-se da sorte que o acompanhava. Foi tudo assim, tão por um triz.
Como ele, um homem tão esperto e orgulhoso de sua inteligência, se havia deixado enganar por aqueles olhos, por aqueles lábios... por aquela lábia? Enquanto se autoquestionava bebericava seu vinho e esperava que o companheiro ácido, lhe desse as respostas.
A bebida deixava lágrimas tensas em sua taça. Por um instante Cristóvão imaginou ter visto a letra inicial do nome de sua musa formando-se no vidro. Sentindo-se levemente entorpecido pela bebida, deixou passar essa impressão. "Uma vez basta", pensou, "duas, não".
Não tardou para que ela surgisse à sua frente. Sedutora, perigosa e linda. Trazia nas mãos uma caixa. Foi abrindo devagar, bem devagar. Cristóvão tentou se aproximar dela para ver o que era. Foi curvando seu corpo, aproximando-se do objeto quando, num pulo engoliu um gemido em seco e deixou cair uma lágrima.
Cristóvão acordou chorando. Já não era o bastante que ela tivesse partido levando tudo?
E justamente a coisa mais preciosa que ele tinha estava naquela caixa. Sua esposa Ana foi embora com outro. Na caixa, agora Cristóvão sabia, ela carregava seu arrasado coração.
Agora sim, completamente relaxado, envolvido por seu acolhedor ambiente doméstico, começou a refletir sobre o dia que tivera e lamentava-se da sorte que o acompanhava. Foi tudo assim, tão por um triz.
Como ele, um homem tão esperto e orgulhoso de sua inteligência, se havia deixado enganar por aqueles olhos, por aqueles lábios... por aquela lábia? Enquanto se autoquestionava bebericava seu vinho e esperava que o companheiro ácido, lhe desse as respostas.
A bebida deixava lágrimas tensas em sua taça. Por um instante Cristóvão imaginou ter visto a letra inicial do nome de sua musa formando-se no vidro. Sentindo-se levemente entorpecido pela bebida, deixou passar essa impressão. "Uma vez basta", pensou, "duas, não".
Não tardou para que ela surgisse à sua frente. Sedutora, perigosa e linda. Trazia nas mãos uma caixa. Foi abrindo devagar, bem devagar. Cristóvão tentou se aproximar dela para ver o que era. Foi curvando seu corpo, aproximando-se do objeto quando, num pulo engoliu um gemido em seco e deixou cair uma lágrima.
Cristóvão acordou chorando. Já não era o bastante que ela tivesse partido levando tudo?
E justamente a coisa mais preciosa que ele tinha estava naquela caixa. Sua esposa Ana foi embora com outro. Na caixa, agora Cristóvão sabia, ela carregava seu arrasado coração.
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