Era uma vez, um bezerro chamado Barnabé. Ele vivia em uma linda fazenda com muitos animais. Todas as noites sua família se recolhia no paiol, junto ao feno macio para dormir.
Todos, menos ele. Inquieto, o bezerro Barnabé queria ir brincar com os vagalumes. Sua mãe, uma mimosa vaca malhada cantarolava sem sucesso.
Seu tio Parrudo, um touro de rodeio aposentado, teve uma ideia.
– Ei, guri. Venha aqui do muuuuu lado. Vamuuuus conversar. Tenho muuuuuuitas histórias para contar. Certamente, vão ajudar você a dormuuur.
Interessado e desconfiado ao mesmo tempo, Barnabé se aconchegou bem perto do tio.
– Vai muuu contar sobre o grande rodeio, tio?
– Hoje não, garoto. Vamuuuuus devagar.
Havia muitas histórias sobre o grande rodeio, mas o tio nunca falava sobre elas. Interessado, Barnabé parou para ouvir.
– Nos muus tempos de guri, ninguém dormia dentro do paiol. Na chuva, no frio ou no calor, a boiada dormia amontoada. Era um grudado no outro. E sabe por quê? Para se proteger do Chupa-cabra. Uma criatura bizarra que pega os bezerros, mata e come. Ou melhor, chupa todo o sangue.
Barnabé arregalou os olhos, assustado. O tio fingiu não ligar e continuou.
– Depois de perder muitos animais o dono da fazenda construiu o paiol e adotamos o toque de recolher. Depois que escurece, ninguém sai. O chupa-capra nunca foi pego.
O bezerro desistiu de sair à noite, de medo do monstro. Mas dormir, que é bom. Que nada. Para isso, ele precisará de uma outra história.
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