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Maioridade penal x abreviação da infância

Sempre que ouço falar na redução da maioridade penal no Brasil sinto um arrepio. Por outro lado, me estarrece ver tantos crimes cometidos por pessoas cada vez mais jovens, praticamente crianças.

Dói perceber a falta de remorso, o brilho perdido no olhar de quem não tem nada a temer. Parece que não tiveram infância, nem inocência, nem momentos de faz-de-conta, que nunca fantasiaram nem acreditaram em fadas…

Ora, para muitas crianças é exatamente isso. Têm a infância abreviada. E não falo apenas das crianças de menor renda familiar. É generalizado o problema. Ricos, pobres, classe média.

Aí nasce a reflexão de que muitas crianças, desde muito cedo, passam o dia todo envoltas a atividades e responsabilidades de adultos. Creche em tempo integral. Natação, dança, inglês, etc. Até aí tudo bem. Para muitas mães (e pais) é questão vital que os filhos estejam na escola o dia todo.

Mas quando falta o equilíbrio com a vida familiar, quando não há o afeto em casa, aí sim a infância é abreviada. Aí sim, à noite quando se encontram pais cansados e filhos cansados não conseguem se relacionar bem. Cada um se fecha em seu mundo particular. Não há diálogo, troca de carinhos. Vivem juntos, mas isolados.

Estamos criando-os para que tenham autonomia cada vez mais cedo. O resultado são miniadultos a quem não foram mostrados os limites de respeito ao outro. Estamos confiando demais na capacidade de julgamento e ação de quem ainda não tem experiência de vida, nem maturidade para tomar certas decisões sozinho. Temos medo de frusrtá-los, ouvi-los chorar. Cansados da nossa rotina, não queremos perder tempo com birras…

Devido a uma série de eventos externos, a fruta cai do pé ainda verde. E apodrece…

Nas escolas, professores sofrem com a falta de educação. E em casa, os pais não têm autoridade. E, assim, os miniadultos, que tiveram a infância abreviada buscam satisfazer todos os seus desejos. Sem superego, saem como selvagens em busca de diversão, prazer. Não sentem medo, pois acham-se auto-suficientes. Não sentem remorso, pois fazem o que julgam necessário às suas vontades… Então para punir suas atrocidades, queremos reduzir também sua juventude, reduzindo a maioridade penal.

Não estou defendendo os jovens criminosos, nem criticando ninguém. O que busco é refletir sobre essa problemática que nada mais é do que a ponta de uma enorme reação em cadeia.

Para mim, reduzir a maioridade penal é uma solução a curto prazo para um problema de longo prazo. O que é imprescindível é reduzir a maturidade infantil. Criança tem que ser criança. Precisa brincar, estudar, receber bons estímulo. Mas também pede limites, valores, enfim, educação plena.

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